quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Mãe fitness perde 85 kg sem cirurgias depois de três gestações e revela seus truques

Micheline Ramos tem 1,61 metro e já viu a balança marcar pelo menos 95 kg – em  meio a uma depressão pós-parto, ela não tinha mais coragem de se pesar. “Provavelmente, passei dos 100 kg”, disse a capixaba, em entrevista ao Bolsa de Mulher. Foi depois dos 30 anos que Micheline, que tem três filhos, conseguiu mudar o corpo completamente sem qualquer cirurgia plástica: ao todo, ela perdeu 85 kg e hoje, aos 36, oscila entre 52 e 54 kg, com apenas 9% de gordura corporal. “Não é que eu consegui manter meu corpo depois de três filhos. Foram eles que me deram esse corpo”, filosofa.


Infância: gordinha e traumatizada


Michelline aos 13 anos, quando começou a se incomodar com o peso
Micheline conta que nunca foi magra, porque sua alimentação sempre foi muito ruim, e ela era sedentária. “Eu sou filha de comerciante e sempre comi errado, além de não fazer nenhum tipo de exercício físico. Aos 13 anos, eu já pesava mais de 60 kg. Fui começando a entender que era gordinha e fazia dietas malucas. Ficava o dia todo sem comer e, quando comia, contava calorias. Devorava, por exemplo, um pacote de biscoito recheado”, conta.
A partir daí, Micheline começou a ficar “encanada” com seu corpo, e conta de um episódio que a marcou muito negativamente. “Eu tinha 13 anos e fui com a família tomar banho de cachoeira. Ouvi umas tias dizendo, sobre mim: ‘Tão novinha e já tão cheia de celulite. Vai ficar um ‘tribufu’ quando crescer’. A partir daí, não usei mais biquíni; fiquei traumatizada”, lamenta.
Aos 23 anos, a capixaba casou e, para a cerimônia, queria estar magra. Na época, ela pesava 70 kg e emagreceu 20 kg com mais uma dieta “maluca”: tomava montes de vinagre de maçã. “Na lua de mel, eu ganhei 8 kg. Quando voltei, já estava 10 kg mais pesada”, diz. Micheline conta que engordou 20 kg em um mês e descobriu que tinha hipotireoidismo.

Gravidez e depressão pós-parto

Depois, vieram os problemas com duas primeiras gestações de Michelline. Sem estar grávida, ela oscilava em torno dos 70 kg, o que, para sua altura, já era estar acima de peso. Quando engravidou do primeiro filho, aos 26 anos, ela engordou 30 kg – e conseguiu reduzir pouca coisa do peso. Dois anos depois, Micheline descobriu que estava grávida novamente. “Engordei ainda mais. Foram 32 kg na segunda gestação. Eu era uma mulher bem largada, física e emocionalmente, e resolvi parar de me pesar”, relembra.
O que complicou ainda mais foi a compulsão de Micheline por comida. “Eu sempre fui muito gulosa. Na época da faculdade, comia até sobra de comida dos outros. Mas, nessa fase pós-gestação, eu comia tanto que até vomitava”, diz.

Michelline aos 23 anos, quando oscilava em torno dos 70 kg, e grávida do primeiro filho, em 2004
Outro grande problema foi a depressão pós-parto, que ficou ainda pior na segunda gravidez: Téo, hoje com sete anos, ficou entre a vida e a morte, internado por 42 dias na UTI assim que nasceu. “Eu estava doente, e uma pessoa doente é capaz de qualquer coisa. Senti vontade de me matar por estar infeliz com meu corpo e com a minha vida”, lembra. “Eu fui complexada durante toda a adolescência. Depois que tive os dois filhos, eu não queria ter convívio social. Tinha vergonha de tudo, me achava muito gorda”. Michelline conta que tirava pouquíssimas fotos nessa época, porque não gostava de aparecer nas imagens.
Acidente do marido
Nesta mesma época, o marido de Michelline sofreu um grave acidente: foi atropelado e ficou com risco de amputar uma das pernas. O plano de saúde dos dois acabou não liberando o dinheiro para o tratamento, e eles precisaram fechar a gráfica que tinham em Vitória para conseguir pagar os custos. “Foi complicado, eu tinha dois filhos pequenos e tivemos que voltar para o interior do Espírito Santo, quase que sem renda. Era uma mudança de vida, e eu tinha a opção de ser a vítima ou de me reinventar de alguma forma. Escolhi a segunda opção. Eu tinha muitas incertezas, mas estava determinada a me cuidar de uma vez por todas”, conta.

A capixaba tirava poucas fotos depois de ter os dois primeiros filhos
Mudança de vida no interior
O primeiro passo foi sair do sedentarismo, e a capixaba garante que tudo foi feito muito lentamente, até porque ela tinha pouco tempo: trabalhava o dia inteiro e cuidava dos filhos pequenos, sem ninguém para ajudar. “Eu perdia uma hora de sono, acordava às 5h30 e não tinha resistência. Conseguia me exercitar uma vez por semana, até que, depois de três meses, fui aumentando e comecei finalmente a emagrecer”, conta. Ela corria e fazia musculação – forçada, “na marra”.
Ela teve também que abrir mão dos hábitos alimentares. “Cortei o refrigerante, troquei o açúcar por adoçante. Parei de comer biscoito recheado e coxinha. Ao invés de fazer aquele pratão com arroz, feijão e macarrão, escolhia só um carboidrato. Mas nunca foi uma dieta restrita. Eu simplesmente aprendi a ver o que era bom para mim”, diz Michelline. Ela chegou aos 55 kg, até que engravidou de novo, aos 31 anos.

Terceira gravidez

Desta vez, a gestação não foi traumática para Michelline. “Eu engordei 25 kg na gravidez, mas engordei estando magra, porque já estava no processo de me cuidar. Antes dos 30 anos, tudo era desculpa. Depois, nem uma terceira gravidez foi desculpa. Esse negócio de desistir não é para mim. Eu estava firme no propósito de mudar tudo”, conta.
40 dias após o nascimento do terceiro filho, a jornalista já estava voltando para a ginástica e viu o corpo rapidamente voltar ao que estava antes. “Dois meses depois, eu já via gominhos na barriga”, comemora.
Michelline conta que uma das principais dificuldades foi superar o olhar negativo das pessoas, que a julgavam “fútil” por estar se cuidando. No entanto, o fato de ela retomar o convívio social, antes perdido, foi um trunfo desta nova fase. “Antes, eu não tinha autoestima nenhuma. Tudo à minha volta conspirava contra mim. Achava que as pessoas falavam: ‘Olha como a Micheline como virou um tribufu depois que engravidou!’. Hoje, se eu entro em um lugar e percebo que as pessoas falam de mim, não me incomodo. É indiferente”, relata.

Michelline em dois momentos depois do terceiro filho; na segunda foto, seis meses após o nascimento

Sem cirurgia plástica

Ela optou por não fazer nenhuma cirurgia plástica. “Por uma questão de saúde. Antes, eu não dava importância para a vida. Mas, hoje, vejo o quanto sou importante para os meus filhos. Se tiver 1% de chance de eu morrer na cirurgia, eu não vou fazer”, explica. Segundo ela, o único tratamento estético que já fez foi drenagem linfática, por causa da retenção de líquido.
Parte preferida do corpo: cicatrizes da cesárea
Barriga sarada? Perna torneada? Bumbum empinado? Nenhuma dessas é a parte preferida do corpo de Michelline. O que ela mais admira em si mesma são as cicatrizes das cesáreas. “Antes, eu olhava e tinha vontade de chorar, era um misto de sentimentos. Hoje, tenho muito orgulho delas. Eu sou normal e muito real. Comecei com dificuldade, mas não me entreguei a elas e sou a prova viva de que dá para chegar lá. E estou aqui até hoje”.

Como ela faz para manter o corpo?

Exercícios
Ela treina musculação intensamente, de segunda a sexta, durante 40 minutos. No sábado e no domingo, faz HIIT. “Não consigo mais ficar sem fazer nada. Nem que sejam 20 minutos de bike, eu sinto que preciso me exercitar”, conta.

A jornalista hoje em dia, exibindo a boa forma fruto de alimentação saudável e exercícios
Alimentação

Michelline com os três filhos. Ela perdeu, no total, 85 kg somados nas três gestações
Michelline quase não come industrializados, preferindo alimentos naturais. Logo de manhã, ela ingere suco verde feito com abacaxi, hortelã e gengibre, junto com uma crepioca. No meio da manhã, come uma fruta com uma castanha. No almoço, ela aposta em carne branca magra e verduras. “Não como fritura e praticamente não tomo refrigerante. E meu alimento queridinho é o frango, que já compro desfiado”, revela. De suplemento, ela usa whey protein, glutamina e BCAA.
Ela dá duas dicas para quem quer perder peso e não consegue: “Nunca vá para os lugares com fome. Uma coisa é vencer a fome, a outra, vencer a vontade. Eu costumo tomar whey batido com banana congelada antes de ir para algum lugar. A outra fica é estar sempre em movimento, nem que seja se alongando no sofá. Para bobeira, mas tudo isso dá resultado”, conta. 
Michelline tem um blog, o Mamãe Fitness, em que dá dicas fitness, além de seu Instagram, que ela usa para inspirar seus mais de 422 mil seguidores.

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